Extrato vegetal mostra resultados promissores no tratamento do diabetes tipo 2

Por Docmedia

28 setembro 2022

O diabetes tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica que acomete quase meio bilhão de indivíduos no mundo atualmente. Respondendo por aproximadamente 90% dos casos de diabetes, o DM2 resulta no aumento da resistência aos efeitos do hormônio insulina nos tecidos.

Apesar de uma gama de tratamentos aprovados para a doença, todos, exceto as medidas dietéticas e de estilo de vida, apresentam limitações e efeitos colaterais que indicam a necessidade de novas opções. Nesse contexto, promete utilidade o estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia (Irvine) que obteve bons resultados com o extrato vegetal de uma planta de clima frio.

A publicação na Scientific Reports conta que o foco do trabalho foi a Rhodiola rosea (raiz dourada), uma planta perene da família Crassulaceae que cresce em regiões de clima ártico da América do Norte, Ásia e Europa. Embora nenhum efeito terapêutico consistente tenha sido demonstrado em estudos para qualquer doença, a R. rosea tem sido intensamente comercializada tendo uso seguro em humanos e sob diversas alegações frágeis sobre saúde, o que tem levado a planta a ficar ameaçada em muitos países devido à demanda crescente.

Ainda assim, o vegetal tem relatos de uso na medicina tradicional e por isso é alvo de pesquisas idôneas sobre suas propriedades. Em modelos celulares, R. rosea mostrou atividade anti-inflamatória e reguladora do microbioma, dois componentes que são sugeridos como participando da patogênese do DM2.

No estudo atual, os pesquisadores utilizaram um modelo murino de DM2 por deficiência do receptor de leptina. Esses animais desenvolvem obesidade, resistência insulínica e hiperglicemia à semelhança do DM2 humano. O grupo de animais machos e fêmeas foi dividido para receber tratamento com extrato de R. rosea ou placebo por 4 semanas.

Como resultado, o grupo tratado, mas não o placebo, teve menor glicemia de jejum, melhor resposta a injeções de insulina, melhorou a composição do microbioma e reduziu a quantidade de biomarcadores inflamatórios na circulação.

Acredita-se que a atividade de R. rosea se dê por modificação benéfica no microbioma e melhora na integridade da barreira intestinal com menor translocação de moléculas inflamatórias. Segundo os autores, o objetivo final são os testes em humanos.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41598-022-14241-7

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