Novo estudo sugere reconsiderar terapia de segunda linha para gota

O halopurinol é a droga de primeira linha para esta função. A novidade é que pesquisadores da Universidade de Quingdao, na China, descobriram uma opção que se mostrou mais vantajosa para pacientes que não podem fazer uso do halopurinol.
Por Docmedia

31 agosto 2022

A gota é uma doença sistêmica crônica com manifestações articulares dolorosas, as crises de gota, causadas pelo acúmulo articular de cristais de urato. O pilar de longo prazo na terapia da gota é a manutenção de baixos níveis séricos de ácido úrico (2,5-3,0 mg/dL). Uma vez que o mecanismo predominante na gênese da hiperuricemia é a subexcreção renal de ácido úrico, a estratégia recomendada é a inibição da xantina-oxidase para aumentar a excreção renal e diminuir os níveis séricos.

O halopurinol é a droga de primeira linha para esta função. A novidade é que pesquisadores da Universidade de Quingdao, na China, descobriram uma opção que se mostrou mais vantajosa para pacientes que não podem fazer uso do halopurinol.

A publicação em Arthritis and Rheumatology conta que o grupo recrutou 196 homens portadores de gota com subexcreção renal de ácido úrico (definida como excreção fracionada de urato <5,5% e excreção de ácido úrico ?600 mg/dia/1,73m2). Os participantes foram randomizados para serem tratados com doses baixas de inibidores da xantina-oxidase, com um grupo recebendo benzobromarona 25 mg por dia (LDBen) e o outro febuxostato de baixa dose 20 mg por dia (LDFeb), ambos por período de 12 semanas.

Todos os participantes receberam diariamente a alcalinização da urina com bicarbonato de sódio oral. O desfecho primário pesquisado foi a taxa de atingimento da meta de ácido úrico sérico <6 mg/dL. Além disso, também foram avaliados como desfechos secundários eventos adversos e ocorrências de crises de gota e episódios de urolitíase.

Após as 12 semanas, foi visto que o grupo dos pacientes que utilizaram a dose baixa de benzobromarona tiveram maior sucesso em alcançar a meta de ácido úrico sérico (61% vs  32%, P < 0,001). Quando comparados em relação aos desfechos secundários, não houve diferença entre os grupos, exceto maior elevação de transaminases hepáticas no grupo do febuxostato (15% vs 4%, P=0,008).

Segundo os autores, a comparação foi favorável à benzobromarona, com maior redução de urato sérico e segurança semelhante, o que pode justificar essa opção para pacientes com contraindicação para o uso de halopurinol.

Fonte: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.42266

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